
O blog se repousa temporariamente para balanço. Grata pela preferência e até a reabertura, com grande abraço.
Neil Casssady e Jack Kerouac
Não fosse ele, não teríamos conhecido Kerouac, Ginsberg, Burroughs, Neil Cassady e tantos outros que fizeram sonhar a geração brasileira na primeira metade dos anos 80, com suas transgressões literárias, devoradas por nós como pipocas no cinema. Tempos em que - mesmo com algumas décadas de atraso com relação a outros países - , editoras como Brasiliense e L&PM presentearam o mercado editorial com a novidade literária e seus escritores colaterais - John Fante, J.D. Salinger, Bukowski, entre outros. Méritos então de Leminski, Pepe Escobar, Matinas Suzuki Jr, Claudio Willer e tantos outros tradutores e resenhadores da Folha.
San Francisco está longe para mim, mas Roma está próxima. O Museu de Roma, no bairro de Trastevere, está exibindo até o dia 25 de abril a mostra "Lawrence Ferlinghetti - 60 anos de Pintura", do editor que hoje está com mais de 90 anos de idade. Literatura e pintura sempre estiveram lado a lado para este remanescente -,talvez o último beatnik, ainda ativo.
Segundo as resenhas que li, a mostra traz pinceladas que começam com 1947, ano em que Marcel Duchamp e André Breton organizaram a Exposição Intermacional de Surrealismo, cujo estilo - com toque de Mirò e Tanguy - o influenciou nos primeiros traços, até chegar ao expressionismo onírico de Chagall.
Pessoalmente - se poderei ir até Roma pela mostra - , gostaria de ver a representação de "The Death of Neil Cassady", sobre a morte do escritor-símbolo da beat generation, co-protagonista e amigo de Kerouac no "On The Road".
Quem sabe, suas pinturas poderão me reacender como facho de transgressão estes tempos apáticos e ordinários.
Ingresso de James Joyce Centre, onde viveu um extravagante professor de dança, Denis J. Maginn (citado como Maginni em Ulisses) que sedia mobiliários do escritor e fotos de personagens reais que o inspiraram nas citações da mesma obra.