quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Rei Giorgio



Não fosse o bate-boca midiático entre Armani e Dolce & Gabbana, do “copiou-não-copiou” uma calça em matelassè, para ganhar um modesto facho de luz, a semana Milano Moda Uomo teria repetido o resultado da Pitti Immagine Uomo, de Florença. Um furo na água.

Nem a mídia consegue sacudir a apatia do mercado de moda. Enquanto os estilistas desfilavam seus produtos esta semana, os olhos se voltavam à posse de Obama e aos boletins diários de demissões, quebradeiras e greves ao redor do mundo. Quem de fato sustenta este mercado é a classe média. O rico não consome e nem almeja o luxo, é apenas o sujeito de inspiração.

Como nas temporadas dos últimos anos, a cidade recebeu poucos jornalistas internacionais, - somente os que contam - menos compradores estrangeiros e ainda menos celebridades.

Celebridades, só em fevereiro, quando começa a temporada de maior peso econômico, a moda feminina. Os estilistas estão cortando todas as despesas de passagens, cachês e estadias destes convidados. Em Milão, as celebridades não arredam os pés se não houver a garantia de estadia no hotel Four Season ou Principe di Savoia, sabem como.

Nesta sonolência, quem roubou todos os refletores dos estilistas foi, como era previsível, o casal Beckam. O casal não vende produtos como os estilistas. Nem mantém indústrias que sustentam milhares de trabalhadores. Ele é o próprio produto.

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