
Comecei ontem uma pequena parte da Grande Limpeza de fim de ano.
Na seleção do que é últil do inútil, me lembrei desta expressão japonesa, recorrente no vocabulário da minha mãe. Não me permitia que eu jogasse fora qualquer objeto sem a prévia aprovação sua. Passara por grandes privações quando jovem, era natural.
No seu juízo de valores, estava embutida a dignidade do trabalho e do suor de quem o produziu. E de quem o comprou. E lhe destinava sempre uma nova função, prolongando o seu ciclo de vida.
Um potinho de margarina virava porta-sabão. Uma lata de biscoitos protegia seus temperos. Um prato lascado terminava debaixo de seus vasos. A reciclagem era doméstica.
Ainda não descí com o lixo que produzí ontem. Estou esperando passar o meu remorso.
Um comentário:
mas isso é muito japonês... minha mãe tbém incutiu esse princípio em todos nós e, dificilmente, conseguimos jogar fora até mesmo as caixas de sapato... rsrsrs
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