
Há pouco mais de um ano passei a cortar meus cabelos num salão chinês, a poucos metros de casa. Finalmente acertei quem fizesse bem o que aparentemente parece simples. Curtíssimos, mas cuidadosamente despenteados, como o look de quem vai trabalhar tal como se levanta de manhã, mas sem pijamas.
Por renovar o corte com frequência - por alguns milímetros de aparos - já estava aborrecida com salões italianos onde até então eu recorria. Pelo serviço minimalista - corte sem o xampu com o habitual mau humor italiano - eu pagava cerca de 40 euros e ainda saia de lá sem a convicção de que viera como pedido. Já o jovem chinês, com o corte perfeito, xampu e até massagem extra me cobra apenas 10 euros, uma diferença abissal nestes tempos de contenção.
De fato, o salão chinês é sempre cheio hoje, frequentado por clientes que até poucos anos atrás menosprezava os serviços prestados por estrangeiros. A realidade muda com grande velocidade, mas os velhos clichês são duros a morrer. Há quem ainda acredite que chinês seja definitiva e categoricamente prerrogativa de má qualidade, esquecendo-se que as histórias se alternam. O rádio transistor iniciado pela renomada Sony pode dizer algo à respeito.
No domingo, me encontrei com amigos que vivem fora de Milão, num pequeno vilarejo privilegiado de verde e montanhas. Para festejar, fomos a um restaurante muito frequentado na região por oferecer excelente cozinha italiana, à altura de muitos tradicionais centenários estrelados por Michelin. Seu proprietário e chef eram chineses.
Havia fila de espera na porta. Eu poderia prolongar este texto falando horas a fio sobre os males da globalização, mas ao pedir a conta neste restaurante, nossos bolsos sucumbiram e, acima de tudo, agradeceram.
Por renovar o corte com frequência - por alguns milímetros de aparos - já estava aborrecida com salões italianos onde até então eu recorria. Pelo serviço minimalista - corte sem o xampu com o habitual mau humor italiano - eu pagava cerca de 40 euros e ainda saia de lá sem a convicção de que viera como pedido. Já o jovem chinês, com o corte perfeito, xampu e até massagem extra me cobra apenas 10 euros, uma diferença abissal nestes tempos de contenção.
De fato, o salão chinês é sempre cheio hoje, frequentado por clientes que até poucos anos atrás menosprezava os serviços prestados por estrangeiros. A realidade muda com grande velocidade, mas os velhos clichês são duros a morrer. Há quem ainda acredite que chinês seja definitiva e categoricamente prerrogativa de má qualidade, esquecendo-se que as histórias se alternam. O rádio transistor iniciado pela renomada Sony pode dizer algo à respeito.
No domingo, me encontrei com amigos que vivem fora de Milão, num pequeno vilarejo privilegiado de verde e montanhas. Para festejar, fomos a um restaurante muito frequentado na região por oferecer excelente cozinha italiana, à altura de muitos tradicionais centenários estrelados por Michelin. Seu proprietário e chef eram chineses.
Havia fila de espera na porta. Eu poderia prolongar este texto falando horas a fio sobre os males da globalização, mas ao pedir a conta neste restaurante, nossos bolsos sucumbiram e, acima de tudo, agradeceram.