segunda-feira, 9 de março de 2009

Sushi chinês



Agradeço imensamente aos chineses da Itália por este prato de sushi. Não fosse o aguçado senso de oportunidade deles, não poderia pedir nem menos esta corruptela de cozinha japonesa sem consultar primeiro a carteira ou a coluna de preços do menú. Ou teria que desembolsar de €50 a €70 por pessoa, num dos restaurantes japoneses autênticos, com o selo de garantia bem visível à porta, emitido por uma associação gastronômica japonesa que "combate" a imitação.

E, se por um momento de insanidade mental, eu escolhesse a alta gastronomia de "Nobu", - aquele mesmo, de Nova York - aquí situado dentro da loja Armani, a conta saltaria de €100 a €150 por pessoa. E olha lá, € 100 ficando apenas no antepasto. Há de se compreender porque Giorgio Armani investiu pesado para convencer Nobuyuki Matsuhisa a abrir sua filial dentro do quadrilátero da moda. Armani, se sabe, não renuncia - ao menos uma vez ao dia - à cozinha japonesa.

Neste chinês, perto de casa? O sushi, missoshiru e uma saladinha de algas saíram por €20 por pessoa, muito barato para a realidade local. O sabor? Digamos, hipoteticamente japonês. Algo como feijoada preparada com lentilhas. Ou o ketchup num espaguete. Visualmente quase convence. Mas para quem não resiste à saudade dos teishoku lá da Liba, em São Paulo, é só fechar um olho. Já se for comparar aos do Japão, meu conselho é que feche os dois.

A proliferação de restaurantes japoneses fakes, comandados por improvisados cozinheiros chineses, já virou até "tradição" por aquí. Os primeiros chineses a "virar a casaca" com a alta da gastronomia japonesa já tem mais de 10 anos. Dalí, a conversão do pato lacado para o peixe cru foi fulminante. Hoje, já existem muitos restaurantes japoneses cujos chefs chineses investiram pesado em cursos no Japão, ou adquiriram técnicas sob um chef japonês, mesmo sem sair de Milão. O que ainda falta é repensar nos nomes. Ainda se vê aquí e alí nomes como Restaurante Japonês "A Grande Muralha", Sushi Bar "Dragão Vermelho" ou Cozinha Japonesa "Lanterna Vermelha", mas aí já é implicação demais.

E há chineses que optaram também pela cozinha italiana, e nesta, é de tirar o chapéu. Há realmente excelentes cozinheiros de deixar qualquer cozinha "della nonna" boquiaberta. E por oferecer preços muito abaixo do mercado, as filas no almoço são inevitáveis.

Ao menos com os nomes italianos são mais convincentes. Os letreiros exibem nomes como "Cucina Italiana Nonna Amelia", "Tavola Calda Bella Napoli" ou "Ristorante Mediterraneo Marenostrum" e por aí vai. Palmas para os chineses. A minha carteira agradece, de coração.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Caro Celular


Não me surpreendí com o resultado de uma pesquisa da ONU divulgada esta semana. Ela revela que a telefonia no Brasil é uma das mais caras do mundo, da qual apenas o celular consome 7,5% da renda média per capita do país. A fixa não fica muito atrás, consumindo 5,9% da renda. Chamar de absurdo soa até como um eufemismo.

Além de cara, nos exige equações das mais complexas para compreender os serviços e horários de descontos, oferecidos por cada uma das companhias. E o que dizer da tarifa diferenciada quando dois concorrentes se falam. O que justifica o preço mais elevado, apenas porque um usuário da Claro telefona a outro da Tim? Sem dizer que quem recebe ligações distantes também paga para ouvir!

Nos últimos 5 anos, estive no Brasil uma vez a cada 6 meses, por motivos familiares. Para resolver empenhos dentro do limitado tempo de permanência, me apóio na Tim, opção supostamente mais econômica em razão da família, que utiliza o mesmo serviço.

Além desta "vantagem", - até tempos atrás - ela me assegurava que a validade da recarga era de 6 meses, antes que caducasse e eu perdesse definitivamente o número. Prevenindo o meu retorno sucessivo ao Brasil depois de poucos meses, eu o recarregava no dia de embarque para Milão, para não dar margem a erros. De volta ao Brasil - e dentro ainda da validade da recarga anterior intacta - a Tim desconversava alegando novas diretrizes da empresa e outras mil mudanças internas (com jargões informáticos), sugerindo que eu adquirisse um novo chip. E uma nova recarga, naturalmente. Por duas vezes caí nesta conversa de validade.

Sou, por natureza, monossilábica ao telefone. E avessa ao bate-papo ao celular. Em geral, me bastam 30 segundos para eu transmitir o necessário. Ainda assim, - e apenas para ilustrar a última viagem ao Brasil, em julho passado - gastei cerca de 300 reais de recargas em 25 dias. Apenas de ligações-relâmpago, limitadas a grande São Paulo e por razões realmente emergenciais. Até porque sou usuária do orelhão para assuntos de importância secundária. Despesa que não foi diferente das viagens precedentes.

Isso corresponde a cerca de 100 euros, suficientes para eu recarregar o celular por 3 meses ou até mais na Itália, quando a minha carga de trabalho é menor. O telefone público se tornou uma raridade neste país, o que torna o celular indispensável e único para todas as comunicações.

Dado o meu último custo no Brasil, me pergunto quanto gastam os profissionais como vendedores e representantes, cujo uso do celular é indispensável para o trabalho e sobrevivência. Para justificar o custo de 7,5% da renda média, não é difícil supor que o brasileiro esteja arcando um custo no qual estão embutidas as contas de subornos e lobbies dos políticos.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Desemprego



A versão online do jornal italiano La Repubblica abriu ontem um espaço no qual os leitores podem mandar seus breves depoimentos sobre o drama do desemprego. Até esta manhã, já haviam quase 900 mails de homens, mulheres e jovens dos mais variados setores e profissões, cujas idades, na minha rápida visão, se concentram entre 35 a 55 anos.

De setembro a janeiro deste ano, 20 mil trabalhadores fixos perderam seus empregos neste país, e dos 3 milhões de trabalhadores por contrato com o prazo a vencer este ano, apenas 40 a 75 mil poderão assinar sua renovação, segundo sindicatos. A consequência já é previsível.

Numa realidade em que não se permite soluções pessoais através de "jeitinhos", recomendações, cabides e muito meno o trabalho informal no qual se reparar, o drama descrito em primeira pessoa traduz a crise com mais precisão que qualquer estatística com números frios.
Nos depoimentos, nota-se um grande número de mulheres profissionais, que se perguntam como poderão reinserir-se no já minguado mercado de trabalho e ainda passar pelo crivo da idade sem perder a própria dignidade. E há ainda a família, os filhos e a educação futura, já que a economia doméstica para a família média italiana (como para o resto do continente) é sustentada por dois pilares.

De fato, não conheço mulheres ao meu redor que não trabalhe. Por necessidade ou não, casadas ou solteiras, com ou sem filhos. Para a grande maioria delas, o trabalho está relacionado à dignidade como um bem individual, e não adquirido através de parceiros. A filosofia de "encostar o burro à sombra" não subsiste nem mesmo nas regiões mais pobres do país. As poucas mulheres que não trabalham fora, - ou, que não possan auxiliar na economia doméstica - há quase sempre razões familiares que vão além da questão econômica.

Um fato que chama a atenção é que quase todos os depoimentos pelos quais passei os olhos, citam a armadilha do mobbing (humilhação no exercício profissional para forçar a demissão) na qual caíram como presas. Através de intrigas, perseguições e pressões por parte dos companheiros de trabalho como das empresas. Um inferno gerado pela concorrência e pelo medo do desemprego, num maldoso jogo de poder. Há os que já não descartam o suicídio; uns vivem imersos em profunda depressão e outros em dívidas acumuladas, sem citar as consequentes fragmentações familiares.

Mesmo que a insegurança com o desemprego pareça alarmar mais as mulheres que os homens, na minha rápida leitura observo que elas tendem a ser mais tenazes em encontrar novas soluções e dispostas a virar rapidamente a página. Mesmo a custo de sucumbir a salários inferiores ou aceitar funções menos qualificadas. Neste aspecto, os homens parecem mais vulneráveis, por tocar o orgulho e a dignidade. Será talvez a distante herança cultural, que ao longos dos séculos estabeleceu a figura masculina como o pilar de todas as instituições sociais.

E pensar que estamos apenas no início da crise...

segunda-feira, 2 de março de 2009

Classe econômica


Posição do poleiro da classe econômica. Nem em pé e nem sentado.

Como muitos já devem ter lido, a Ryanair, companhia aérea irlandesa de baixo custo começará em breve a cobrar 1 libra pelo uso do banheiro, durante o vôo. Outro corte nas despesas para baixar ainda mais o preço das passagens é a eliminação dos balcões de check-in, cujo serviço estará on-line, por conta dos passageiros.

Se as medidas beneficiam o bolso do passageiro e não o lucro da empresa, a idéia não é má. Considerando que ela opera apenas no continente europeu, mesmo um passageiro que esteja com algum distúrbio intestinal, gastará 2 ou 3 libras no máximo, já que seus vôo não duram mais que 2 horas.

Fiquei pensando se a moda de corte nas despesas pegasse também os vôos intercontinentais. Se já transformaram a classe econômica em poleiro, deixar as galinhas sem o banheiro grátis antes do abate seria crueldade extrema. Sobretudo os idosos e mães de filhos pequenos. Do que sobra, não há muito o que subtrair dos passageiros. A comida? O manto eletrizado? Os filmes? Passageiros em pé, como nos ônibus urbanos?

Já fantasiei infinitas engenharias para amenizar a tortura. Poltronas-beliches ou triliches comandadas por controle remoto; eliminar a classe executiva e transformá-la num grande hall com camas dobráveis até o teto ou criar vôos-cargo só para as nossas bagagens e transformar a barriga do avião num imenso dormitório. Mesmo sob 50 graus negativos!

Se os preços das passagens fossem estabelecidos segundo os serviços opcionais, eu cortaria a comida plastificada. Menos o chafezinho quente. Desde que disponibilizem microondas a bordo. E que os aeroportos vendam marmitex a preço popular, e não a preço de monopólio.

Em todo o caso, até o fatídico 11 de setembro, sempre embarquei com a minha sacolinha. Com água, sucos, cervejinhas, lanchinhos e frutas, sempre disponíveis sob a poltrona. O brasileiro sempre temeu o que chamam de "farofagem", mas por várias vezes embarquei do Brasil com meia dúzia de pastéis, coxinhas e quibes na mão. E comí a bordo sob muitos olhares invejosos. Menos dos europeus e japoneses, habituados a abrir seus lanches em qualquer lugar.

Outra coisa que eu cortaria são os filmes e os brindes, desde que aumentem os centímetros quadrados entre as poltronas. Como meias, cremes ou escovas de dentes. Quem não viaja sem a própria escovinha? Há quem entre com aquela meia 100% sintético no chão molhado do banheiro, mas eu prefiro arrastar meus pés inchados enroscando os sapatos até lá. Até porque aquele cubículo beneficia apenas os homens, que podem fazê-los em pé. E ainda assim, o fazem fora do alvo.
Mas entre todas as opções acima, melhor mesmo é ganhar na loteria e viajar com o próprio avião. Ou apenas de classe executiva, - ainda que eu seja contrária à divisão de classes. Creio que a probabilidade de acertar uma loteria seja mais próxima à realidade do que as companhias alargarem suas poltronas...

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Sashimi plebeu


Os amantes de sashimis nobres, como atum, lula, polvo e custosos moluscos de águas frias do Pacífico podem torcer o nariz o quanto quiserem, mas insisto que o mais plebeu e popular dos peixes marinhos, a sardinha, mereça sua devida atenção.

Como filha de imigrantes, arrisco a dizer que o sashimi de sardinha - a opção mais barata dos peixes - tenha representado o princípio da evolução sócio-econômica e cultural do nikkei (substantivo "de origem japonesa") no Brasil, até conquistar finalmente o atum - que por antonomásia, representa o sashimi nobre e autêntico. A humilde sardina pilchardus alegrou as mesas dos imigrantes japoneses nos seus duros tempos, em zonas rurais e nas profundas fazendas do interior. Até então, como peixe do mar havia apenas o popular bacalhau norueguês, - hoje promovido ao mais elevado trono dos peixes nórdicos.

Assim como aos ítalo-brasileiros não podia faltar um polpettone aos domingos, as festas nipo-brasileiras não dispensavam sashimis de sardinha. Depois de eliminar as espinhas, ralava-se o gengibre por cima dos filés e regava-os com shoyu, para o deleite dos mais idosos. Certamente o sabor do mar aplacava as dores da vida de imigrante e o seu odor os reportava ao saudoso arquipélago japonês.

Até a minha adolescência, nos anos 70, sahimi era sinônimo de sardinha crua. Naqueles tempos, já havia outras opções de peixes no mercado, como robalo, tainha e linguado, mas meu pai insistia com as sardinhas. Quando não as encontrava, trazia um outro peixe azul, as cavalinhas. A estas, ele unia as cebolinhas, além do gengibre.

Um sabor de forte impacto como este era indispensável um bom arroz branco. De grãos brilhantes, que comprovassem o frescor de sua recente safra. Na minha casa comia-se o arroz catete, produzido no Rio Grande do Sul por descendentes de italianos, cultivado na água e ideal também para o risoto italiano. Era uma garfada na sardinha e outra no arroz, para chegar ao delírio.

O tempo passou e muitos sabores também passaram. Dos sem-número de molhos da nouvelle-cuisine até bizarras combinações de sorvete de bacon e chocolate temperado com cebola, da cozinha molecular. Sou sempre disponível para novas experiências ao palato. Mas seus sabores sempre morreram alí, ao pousar os talheres sobre o prato. Talvez porque os pratos não possuíam memórias.

Eu acredito no imprinting dos sabores, aqueles que gravam na infância e se tornam indeléveis por toda vida. Um sabor que contenha uma lembrança, um elemento que o coligue a uma memória. Talvez se deva a este mistério a impossibilidade de exprimir o prazer gustativo em toda a expansão que a língua permita.

Mesmo aquí, continuo preparando o meu sashimi de sardinha ou cavalinha, de tempo em tempo. É o meu modo de aplacar a melancolia dos tempos adultos.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Moda e Crise

Foto de 25-02-2009 Rua Montenapoleone, a rua mais exclusiva do luxo e da moda, deserta pela crise.

Começou ontem a semana de Moda milanesa para a linha prêt-à-porter Outono-Inverno 2009/10, a "grande quermesse", como é ironicamente chamada aquí. Como era previsível, a crise não teve piedade.

A linha jovem e "menos cara" de Roberto Cavalli, a Just Cavalli, deveria pisar a passarela hoje, mas o seu desfile foi cancelado a dois dias do evento. Das 50 peças-chave da nova coleção que faria parte do desfile, apenas 25 foram entregues pela Itierre, empresa controlada pela gigantesca It Holding, produtora, distribuidora e detentora de licença de várias grifes.

Desta vez, nem a mídia e nem os estilistas escondem o desconforto, o que até há pouco, qualquer embaraço jogavam para baixo do tapete. A It Holding está a um passo de um crack, e pode levar junto nomes como Exté, Malo, Gianfranco Ferrè, Versace Jeans Couture, Galliano e Just Cavalli. E, claro, seus 1.800 funcionários. Seus títulos no mercado de ações estão suspensos por tempo indeterminado e todas as tentativas de venda a grupos estrangeiros estão falidas. Para se ter uma idéia, mal consegue pagar os royalties para estas grifes.

Ontem, passei pelas ruas mais exclusivas do luxo, a Montenapoleone, Sant'Andrea e Spiga, chamadas "quadrilátero da Moda milanês". Foi desolador ver as ruas e boutiques às moscas e feições enfadonhas de seus atendentes à espera de clientes. Em tempos dourados, temporada como esta estaria apinhada de compradores internacionais, fazendo suas compras extras após os desfiles.

Ainda que a moda alimente apenas a vaidade estética de poucos eleitos, vale lembrar que por trás destas fachadas douradas, existe uma grande indústria, da qual dependem milhares de trabalhadores. Há faxineiros, costureiras, operários e entregadores, a faixa mais precária quando ocorre corte nas despesas.


quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Imigrantes



A economia gerada por imigrantes no território nacional já representa quase 10% do PIB italiano e o número de novas empresas registradas por eles já totaliza 165 mil unidades, o triplo da última pesquisa de 2003. Antes mesmo que este número fosse contabilizado, as pequenas empresas de imigrantes recolheram em 2007 a impressionante cifra de 5,5 bilhões de euros em impostos ao governo italiano.

É o que emerge de uma detalhada pesquisa divulgada ontem, organizada por importantes entidades sociais e instituições bancária, comercial e industrial italianas. Para um país que ainda engatinha no convívio com estrangeiros e associa a imigração à delinquência, estes números podem calar os partidários do ultraconservador Liga Norte, que apoiam o atual governo Berlusconi. Vale lembrar que na última eleição, grande parte dos votos da população apoiou a política antiimigratória deste governo, cuja campanha, promovida com discursos inflamados, repetiu-se diariamente em todas as emissoras de TVs.

Com uma população de 57 milhões, dos quais 20% são idosos acima de 65 anos e com menor taxa de natalidade do mundo, qualquer equação para a sua futura economia é dispensável. Parte dos atuais 3 milhões de estrangeiros, cujo fluxo culminou nos anos 90 e que hoje trabalham regularmente para empresas italianas - numa miríade de profissões, do faxineiro a docentes universitários - contribui anualmente com 5 bilhões de euros para a previdência social, garantindo a subsistência do próprio sistema e a manutenção para mais de 10 milhões de aposentados e pensionistas do país. E pensar que são os idosos, os mais refratários aos imigrantes e potenciais eleitores de Berlusconi e aliados de correntes fascistas...

Da pesquisa, emerge também alguns aspectos culturais dos imigrantes e suas voacações comerciais. Das novas empresas, 65 mil estão na construção civil, administrados sobretudo por romenos e imigrantes do leste europeu. Seguem os chineses, que respondem por quase 11 mil empresas no comércio e manufaturas, sobretudo na indústria têxtil, de calçados e de confecções. Os marroquinos, paquistaneses e cingaleses se sobressaem no comércio, enquanto filipinos se prestam no setor de serviços.

Segundo uma pesquisa paralela levantada por Associazione Bancaria Internazionale, o que motiva o imigrante a obter um financiamento para abrir sua própria empresa é a ambição por uma condição que o equivalha àquela do cidadão italiano. De fato, resulta que seus salários correspondiam a 60% do empregado italiano, na mesma função.

Ainda que todos os números acima representem um incontestável benefício econômico local, visível a olho nú, a pesquisa conclui que a percepção dos diretos interessados - o Estado e a sociedade geral - ainda é quase nula.

Com um batalhão de jornalistas a seu serviço, divididos em 3 emissoras de TVs de sua propriedade e mais 3 emissoras estatais sob seus controles, Berlusconi promete cegueira por muitos anos ainda.