terça-feira, 17 de novembro de 2009

Ponto G superior


Confesso que nunca entendí bem o que é 'ponto G'. Tenho certeza apenas de uma coisa. Depois de uma certa idade, as delícias orgásticas localizam a fraqueza humana bem lá pra cima do corpo: o paladar.

Eu identifico na porchetta, um prato italiano cuja paternidade é polêmica - entre a região de Lazio e Sardenha - , o meu ponto G incondicional. Trata-se de porco desossado, marinado com mil temperos e assado por longas horas no carvão, cuja origem é bem remota. Diz-se que os etruscos, bem antes dos romanos, é que descobriram o tal orgasmo. Logo, os etruscos antecederam a farmacêutica Pfizer de ao menos 2.500 anos.

Os preliminares não são lá muito diferentes do outro. Com a internet, o cortejo pode iniciar com um 'enter' de dentro de casa, mas habitualmente começa na rua, ao identificar a 'presa' numa vitrine de frios de um supermercado ou de um açougue. Dalí, a tentativa de consumar o ato se torna incontrolável. Quando encontramos o 'alvo' num jantar de amigos, tudo bem, a excitação é grátis e nem precisamos lavar os pratos. Mas quando temos que pagá-lo, o preço pode ser um pouco salgado, mas vale recorrer à prostituição. Custa em média 25 euros o quilo. Na dúvida, basta pedir uma amostra de acordo com a carteira - coisa de 200 a 300 gramas de porchetta - e já teremos uma meia-satisfação.


Após o clímax, acende-se aquele mítico cigarro a la Marlene Dietrich - apenas entre fumantes, para ser politicamente correta - enquanto a comida se assenta silenciosamente no estômago. E dependendo do grau de satisfação, pode-se permitir ao desleixo de tirar uma sonequinha em seguida. A tristeza e o sono após a comilança é um ritual que aos homens são permitidos, mas não perdoados pelas mulheres. Elas gostam de afagos, mesmo depois de satisfeitas. E lembrem-se. É quase sempre ela a ter que lavar os pratos, terminado o prazer.

3 comentários:

Adrina disse...

Nunca comi, mas deu vontade

Anônimo disse...

Delicia dos deuses!
Me incomoda ter que comprar algo em gramas e ainda mais pagar em euros..
Prefiro nao comer a ter que comer em gramas!
Estomago de brasileiro vai enchendo em kilos, meio kilo se for um pouquinho.
Quando eu for aí vou querer um kilo inteiro, vai se preparando!

beijinhos
Anna

LuMa disse...

Adrina:
Tem coisa parecida em Minas, acredite, pois eu comí em Passos! O que é que não tem em Minas, me fala!? Ah, esses danados de mineiros têm tudo de bom,rs!

Anninha:
Vê se pode, 25 euros o quilo! (por outro lado, um filé mignon aquí custa 28 euros o quilo...) Em Sardenha assam esse porco debaixo da terra, num buraco, por horas e horas. Qdo cê vier, prometo, compro 2 quilos. Com pururuca e tudo. Será que é melhor que megabarbecue de Uóshinton? Beijinhos.