quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Goiaba e mandruvás


Lendo uma crônica deliciosa da Naomi , em que cita o nome daquele gracioso inseto peludinho verde-limão, de nome mandruvá, foi difícil dissociá-lo da simbiose com a goiabeira, de que tanto me acompanhou na infância.

Crescí em Môdi, - como o meu pai pronunciava a cidade de Mogi das Cruzes - onde viví meus melhores anos, de infância à adolescência. Minhas amiguinhas de casinha de outrora e belas senhoras de hoje, - Regina, Cristina e Tânia, - são lembranças indeléveis deste contexto.

Sobre o muro esquerdo, cobiçávamos as goiabas. E dos vãos da cerca à direita, as pitangas. As pitangas suculentas da Conceição, uma santa e solteirona - onde já se viu, com 29 anos e ainda não havia se casado - cuja mãe não permitia nem a sombra de um pretendente no portão.

Me pergunto quantos marimbondos nos perseguiram e quantos mandruvás nos queimaram cada vez que o pai do Roninho, um velho rabujento - "guardião" que apostava na vitória do usucapião - nos expulsava do terreno baldio como se já fosse seu.

Ainda hoje, o primeiro suco que eu tomo ao pisar o solo brasileiro é sempre o de goiaba. Há muitos sucos de guava importados por aquí, mas nada se compara ao sabor da fruta amadurecida naturalmente num terreno baldio. E se são deformadas, com bichinhos dentro, colhidas diretamente dos pés dos vizinhos, o sabor se torna ainda mais especial.

* À Regina, amiga-irmã de quintais, rolimãs e sucessivas transgressões inenarráveis.

8 comentários:

Unknown disse...

Roubar frutas dos vizinhos...epoca em que "roubar" nao repercutia na nossa reputacao...
Acho que cada um de nos tivemos uns mandruvas como troco de uma "doce aventura"

Paola disse...

Vou procurar uma goibeira prá catar umas frutas!

Eu cresci em São PAulo, cobiçando as pitangas do quintal da D Isaura.
Quando casei, fui morar nessa casa da infancia, a pitangueira continuava lá, a casa estava vazia, eu pulei o muro muitas vezes para aproveitar as pitangas!

Delicia, né?

Anônimo disse...

QUERIDA LUMA, MUITO OBRIGADA PELA "BELAS SENHORAS" QUE HOJE SOMOS!!!!!!VÇ SE ESQUECEU DOS XUXUS ROUBADOS E QUE VENDÍAMOS NA PORTA DA VILA, JUNTAMENTE COM ALGUMAS FOLHAS DE COUVE!!!!MUITAS SAUDADES DA RUA SÃO JOÃO!!!!!!

jorge beraldo disse...

não sabia q a brahma e a antárctica fazia suco de goiaba

Anônimo disse...

Luma este comentário do Beraldo foi demaissssss....kkkkkkkk bjus

Kenia Mello disse...

Luma, também amo goiaba e assim tirada do pé ou roubada mesmo!, nem se compara! :)
Beijo.

Unknown disse...

depois de ler essa crônica da goiaba... eu vou ali na esquina do mercadão comprar uma dúzia delas naqueles caras q vendem no carrinho de mão sabe?? hahaha

Unknown disse...

como vc sabe, não gosto de sucos... prefiro um guaraná Antárctica, com bastante gelo e uma ou duas fatias de laranja... mas lembro-me bem dos mandruvás... eta bichinho chato!!! qtas vezes não fiquei queimado ao subir nas goiabeiras de casa - tínhamos goiabas vermelhas e brancas - para colher algumas para minha mãe fazer goiabada... ou melhor, geléia de goiaba... e os indivíduos se arrastando pelos galhos... que saudade da minha infância, não em Modi, mas na Vila Isolina Mazzei, em São Paulo. Meu pai tinha uma mão para plantar: tínhamos mangueira (duas), pessegueiro, bananeira, além do orquidário e de um arbusto de jasmin e outro de camélias, bem como as margaridas; lembro-me de minha mãe apanhando algumas, pela manhã, para colocar no butsudan (oratório japonês)... e pensar que agora a criançada nem sabe o que é rodar pião, estecar (bolinhas de gude) e empinar pipa é perigoso!