Foto: A flor que resiste a tudo por viver.
Trouxe as sementes desta boca-de-leão do Brasil e plantei-as num vaso, no início de agosto. Aquí também encontramos suas sementes. Afinal, ela é originária do Mediterrâneo e do norte da África.
Mas insistí em trazê-las do Brasil, já que lá, chegam a exuberante 1 metro e meio de altura, enquanto as sementes locais me garantem no máximo 60 cm. No clima brasileiro, suas flores exibem coroas maiores e mais fartas, coloridas e vigorosas durante o seu período de máximo esplendor. Eu as plantei decretando a sua morte, prevendo já o gélido outono que estava por vir.
No final de outubro, suas folhas resistiram verdejantes, mas sem um mínimo sinal de botões. Esterilidade a causa do frio. Não podia abrigá-la dentro de casa, por ser uma planta externa que requer raios de sol, ainda que fôssem minguados.
Estamos em dezembro, e a pobre criatura já resistiu a duas tempestades de neve, chuvas e fortes ventos que marcaram o mês de novembro. Hoje, por exemplo, faz 3 graus lá fora.
Mas milagres acontecem. Faz 3 dias que o primeiro e único botão se abriu, como se vê nesta foto. Contradizendo todas as regras da natureza.
Ela é uma estrangeira, que deseja apenas a dignidade de florecer, mesmo sobre um solo que lhe é hostil. E me ensina que não há adversidade ou intempérie que possa frear a sua sede de viver.
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