Taí a nossa vocação predatória por uma boquinha. Confirmada e reconfirmada diariamente nos jornais. Como as 7 mil vagas para novos vereadores, aprovadas esta semana pelo Senado para a festança dos suplentes no país.
Se cada vereador - ainda que seja de Cariri d'Oeste - empregasse "apenas" cinco amigos e parentes, já podemos festejar a queda de desemprego no país. Com um golpe de Montblanc, o Senado já garantiu 35 mil novos empregos vitalícios e outros tantos de empresas imunes à licitação.
A "boquinha" custa pouco no Brasil. Uma camiseta-brinde, um jeitinho para primos e tios num órgão público, dois quilos de feijão ou um passe-livre na alfândega. Tudo se barganha por ela.
Este final de semana vai ter tráfego de churrasquinho na laje pelo país. Alguns planejarão derrubar o puxadinho e projetar uma piscina em casa. Mulheres e amantes anexos de vereadores terão direito a roupas iguais às de novelas; as mais antenadas, uma fichinha na Daslu. O passo sucessivo dessa "contingência" é óbvio, a Câmara dos Deputados. Nada como garantir imunidade vitalícia que os igualem a divindades.
Os estrangeiros têm razão. Somos um povo alegre e feliz. Vivemos eternamente numa farra, à espreita de uma nova boquinha.
2 comentários:
país de povo alegre e rico. você viu também o caso do delegado federal que descolou 40 passes livrs para o gp brasil de formula1, anos atrás? é a lei de gerson que nos governa.
Bá:
Não. Não conheço mais esta, mas já posso deduzir, porque diariamente a gente lê coisas que nem ganham mais destaques. A coisa é tão ampla - envolvendo pobres, médios e ricos - que já causa até apatia e bocejo nas pessoas. Mas como vc disse, pra a gente não afundar junto, o negócio é se livrar do vampirismo de vez em qdo, ou a gente morre de desgosto.
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